ESTADOS UNIDOS DIVULGAM 17 DOCUMENTOS DO EXTREMISTA OSANA
BIN LADEN. NUM DELES A AL-QUAEDA PLANEJAVA A MORTE DE BARACK OBAMA
Bin Laden morreu durante um ataque dos EUA a seu
esconderijo, no Paquistão. Os 17 documentos do extremista Osama Bin Laden,
divulgados na quinta-feira,(3) pelos Estados Unidos, revelam preocupações e
algumas estratégias do líder da rede Al-Qaeda.
Os papeis são uma pequena fração dos 6.000 arquivos que
teriam sido retirados há um ano do esconderijo no qual foi morto, no Paquistão.
É impossível saber em que medida eles representam a
totalidade do material encontrado. Ainda assim trazem uma série de preocupações
pontuais da cúpula da rede extremista Al-Qaeda.
Os papeis revelam detalhes interessantes do pensamento da
organização, como sua estratégia de mídia, relações com grupos afiliados, alvos
de atentados, preocupações de segurança e até opiniões sobre grandes
acontecimentos, como a Primavera Árabe.
Veja algumas das principais revelações.
Mídia
Um memorando - que teria sido escrito pelo porta-voz
americano da Al-Qaeda, Adam Gadahn - ressalta os "benefícios" que Bin
Laden teria ao divulgar um novo vídeo à mídia.
Pontos positivos e negativos são discutidos, assim como
quais emissoras de TV americanas seriam os melhores canais (elas são descritas
como tendo todas o mesmo nível de profissionalismo, exceto pela Fox News).
A qualidade dos vídeos nos quais Bin Laden faz suas
aparições também é discutida. A baixa resolução de vídeos anteriores, segundo a
organização, deu origem a teorias da conspiração segundo as quais Bin Laden já
estaria morto há muitos anos.
Aliados
A relação problemática entre a liderança da Al-Qaeda no
Paquistão e seus aliados em outros países também é abordada nos documentos.
Esses grupos se aliaram à organização de Bin Laden, mas
muitas vezes adotaram ações que desagradaram a cúpula da Al-Qaeda. O caso mais
claro é o do braço iraquiano da rede, que se autodenominou Estado Islâmico e
chegou até a atacar muçulmanos.
Adam Gadhan diz em certo ponto que Bin Laden deveria se
distanciar do grupo Estado Islâmico.
O extremista Osama Bin Laden, morto em 2011, divergia de
aliados da rede Al Qaeda
Também constam no documento advertências à Al-Qaeda na
península Arábica.
A cúpula da organização desaprovou a ação de um grupo que
declarou um Estado islâmico próprio no Iêmen e criticou ataques de um grupo
paquistanês que também matou muçulmanos.
Alvos
Um dos documentos, que aparenta ter sido produzido pelo
próprio Bin Laden em maio de 2010, cria estratégias para a rede.
Entre as propostas está o planejamento de atentados contra
altos funcionários do governo dos EUA que seriam praticados durante as visitas
destes ao Paquistão ou ao Afeganistão.
Entre os alvos estavam o presidente Barack Obama ou o então
chefe das Forças Armadas dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus.
Já o vice-presidente Joe Biden deveria ser poupado, segundo
o raciocínio da rede, por não estar preparado para conduzir o país no caso da
morte de Obama, o que levaria os EUA a uma profunda crise.
Segundo o documento, a morte de Petraeus seria capaz de
alterar o curso da guerra.
América
A intenção de atacar os EUA fica clara em cartas apreendidas
no local. Uma delas, também supostamente escrita por Bin Laden, orienta
comandantes da rede na península Arábica e no Iêmen a priorizar ataques contra
os EUA em detrimento do combate a inimigos locais.
Bin Laden temia que combatendo inimigos em suas regiões, os
aliados da Al-Qaeda pudessem matar muçulmanos.
Segurança
Os problemas de segurança enfrentados por membros da
Al-Qaeda na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão foram descritos por Bin
Laden em um documento produzido em 2010.
A ação dos aviões não tripulados e de sistemas de vigilância
fizeram a rede adotar medidas como evitar viagens de carro a certas regiões.
As providências foram tomadas devido à capacidade das
aeronaves de patrulhar grandes áreas, reconhecer alvos e disparar mísseis de
grandes altitudes sem ser ameaçadas pelas armas da rede.
Primavera Árabe
Alguns dos documentos mostram a Al-Qaeda tentando reagir às
revoltas da Primavera Árabe. Os eventos no Egito e em outros países mostraram a
irrelevância da organização em relação às grandes mudanças sociais.
Outro documento, aparentemente, é um rascunho de um
pronunciamento que mais tarde, em março de 2011, foi divulgado pelo atual
sucessor de Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. O texto era sobre a Primavera Árabe.
O rascunho tem anotações que podem ter sido feitas pelo
próprio Bin Laden sobre o que deveria ser dito no pronunciamento. Aparentemente
a maioria das sugestões foi ignorada.BBC DO BRASIL
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